terça-feira, 21 de junho de 2011

Te pondré algunas velas para preguntarle a Dios cuando regresas

Ao longo de tantos anos eu aprendi a sofrer pelo fim de um relacionamento de forma que não doesse tanto, eu não chorasse tanto e logo o ferimento cicatrizasse. Não foi fácil e eu precisei de algumas tentativas para finalmente conseguir superar o fim o mais rápido possível e sem muitos traumas, passando a seguir a vida normalmente.

Também aprendi na prática a superar um sentimento não correspondido. Quando você gosta muito de alguém mas nem ao menos tem uma chance com a pessoa. Dói menos, porque vocês não têm história alguma, envolvimento físico algum, muito menos sentimental - da parte dele, óbvio. Não que seja mais fácil, ainda mais para quem, como eu, tem dificuldades em desistir de algo antes que tudo possa ser feito. Nesses casos, geralmente você desiste naturalmente, por encontrar outra pessoa que faça o sentimento por aquela deixar de existir. A dor, no caso, é mesmo durante o processo de gostar daquele alguém e ele não querer algo com você.

Mas o que eu não tinha aprendido ainda, e ninguém me ensinou, é a aliviar a dor quando você está bem com uma pessoa (na medida do possível) e a distância tira essa pessoa de você.

Quando estive nos Estados Unidos, passei por algo parecido a isso. Diversos amigos que eu passei a amar e ter na minha vida diariamente, em quatro meses, ficaram para trás e tantos outros voltaram para o Brasil, mas para cidades ou estados diferentes e desde então nunca mais os vi. Doeu pra caramba deixá-los em Phoenix ou me despedir quando eles vieram para o Brasil, mas era algo que eu já sabia que aconteceria, afinal a viagem tinha data para terminar. Chorei litros, mas não se compara ao que passo agora.

A dor de ver uma pessoa que você gosta não só como amigo, mas também como homem, ir embora é o pior sentimento desses três. Porque você não teve desentendimento algum com ele para que o que quer que existisse chegasse ao fim e ele te correspondia de alguma forma. Você teve momentos felizes enquanto estava com a pessoa e essa pessoa era uma das coisas que faziam você sorrir todos os dias. É difícil saber que você tem grandes chances de nunca mais vê-la, porque você jamais se preparou de verdade para essa situação. E mais que isso, você perde um dos amigos que mais gosta na vida, que mais faz você se divertir.

Como esquecer alguém com quem você tem tantas boas lembranças, em meio a algumas não tão boas assim? Como esquecer alguém que em quase um ano conseguiu um espaço na sua vida que você jamais imaginou?

Eu não me condeno por chorar a cada 10 minutos por lembrar do que está por vir. Não tenho vergonha por admitir que sinto por ele muito mais do que imaginei.

Acredito que vou sofrer mais do que sofri por qualquer outra pessoa e que o dia em que vou superar sua ausência está longe de chegar. Por mais que eu preencha minha vida com coisas diferentes e que ocupem grande parte do meu tempo, em qualquer momento do dia qualquer coisa vai me fazer lembrá-lo e de algo que vivemos juntos. Nem que seja uma notícia de que o time dele ganhou um jogo ou uma música do gênero musical que ele goste tocando em algum lugar.

*~*~*~*

Texto escrito há algumas semanas. E agora que o momento chegou e ele partiu, eu sei que o desespero maior não é pela saudade que vou sentir, porque pra distância dá-se um jeito. Não, o que me deixa angustiada é imaginar que provavelmente as coisas não voltarão a ser como antes, se um dia ele voltar. Ou então que eu posso esperar por uma data para visitá-lo e ele não sentir mais nada por mim. É isso que mais me faz chorar, embora não tê-lo por perto faz meu peito ficar apertado e eu me esforce ao máximo para conter as lágrimas que insistem em cair a qualquer hora do dia.

Nenhum comentário: