Ultimamente tenho me irritado muito com algumas coisas ditas. Justo eu, que procuro ficar na minha, sem me envolver muito em nada para evitar estresses desnecessários, tenho sido obrigada a ouvir coisas tão absurdas que me dão vontade de sair imediatamente desse país.
Para isso, começa hoje a série "Me irrita profundamente", com o intuito de desabafar minhas indignações e atualizar o blog :p
No meio de posts revoltados farei alguns contando, entre outras coisas, minha última ida a Londrina, no dia do jogo do Corinthians. Mas hoje o assunto está ligado ao Palmeiras - óóó, que novidadeeee! hahahaha
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Eu não sou a pessoa mais simpática, engraçada, tolerante do mundo. Na verdade eu sou BEM chata. Mas também não fico me metendo na vida e nos gostos dos outros e eu acho que isso é uma das minhas qualidades.
Tá, eu posso até zoar seu time, seu piloto de F1 ou sua banda preferida. Mas eu NUNCA vou querer dizer o que é certo e errado, nem vou ficar menosprezando você ou tentando diminuir as suas coisas.
Acontece que tem muita gente nesse mundo que se preocupa demais com a vida dos outros e fica dando palpite em coisas que não deveria. Longe de querer criticar alguém, mas eu acho que se eu não fico dizendo o que é e o que não é, espero que os outros não venham falar disso para mim.
Sabem, eu cresci vendo meu pai torcer para o Palmeiras e o Coritiba. Quando morávamos em Castro, minha mãe me levava ao estádio para ver os jogos do meu pai atuando em times de lá. É, digamos que meu pai já foi jogador de futebol profissional, se é que um time de Castro pode ser considerado profissional! hahahahaha
Nos anos 90 eu vi com alegria as conquistas do Palmeiras. Com seis anos eu já estava comemorando um título do Brasileiro, com aquele time memorável do início da década. Só entre 93 e 94 conquistamos os campeonatos Paulista, Rio-São Paulo e Brasileiro - esse tanto em 93 quanto em 94.
E mais ou menos em 1998 eu comecei a levar a sério isso de ter um time de futebol. Morando em Londrina era óbvio que eu pendesse para o lado do Palmeiras, já que lá o povo praticamente ignora que o Paraná tem times de futebol que merecem torcida (vide minha experiência na última vez em que estive em Londrina, mas isso vem em outro post).
Já nesse ano o Palmeiras foi campeão da Copa Mercosul e Copa do Brasil e no ano seguinte, com outro time de encher os olhos, conquistamos a Libertadores, além de termos chegado à final do Paulista e à semi da Copa do Brasil. Eu era fanática mesmo! Só não tinha uma camisa oficial do meu time, como até hoje não tenho. Mas nunca me falaram que eu não torcia tanto quanto era verdade só por esse fato.
A vida seguiu, ganhamos outro Rio-São Paulo em 2000 e chegamos a mais fases finais de Libertadores, sem o mesmo sucesso, no entanto.
2002 chegou ao fim sem boas notícias: o Palmeiras estava rebaixado para a série B do Brasileiro, após a conturbada saída do Luxemburgo - saíde essa que afundou o time - e a tentativa de salvação com outros técnicos sem resultado algum.
Me lembro de chegar revoltada no colégio no dia seguinte e ouvir de umas amigas que eu era fanática demais pelo meu time.
Em 2003 eu precisei me acostumar com a idéia de ouvir corintianos e sãopaulinos me zoando porque meu time estava na série B. Mas já naquele tempo eu havia aprendido a escolher meus amigos e para minha alegria, eles haviam deixado de ser corintianos em sua maioria. Na verdade eu estava cercada de palmeirenses que não se importavam por eu adorar o time, embora eles não levassem o futebol tão a sério como eu.
Ganhei uma tabela da série B naquele ano e até hoje exibo com orgulho, para quem duvidar que não abandonei o time na fase mais triste de sua história. Não perdia um jogo deles na tv, preenchi TODA a tabela, sem exceção de jogo algum, e o campeão já estava escrito lá antes da primeira rodada ter começado - prova de que eu realmente acreditava que subiríamos.
Pois bem, subimos, por fim. E com uma grande campanha, conquistando inclusive o título. Se vamos cair, que voltemos à série A já no ano seguinte, e com o título, para mostrar que foi mais que merecido.
Os anos foram passando e o Palmeiras não conseguiu nenhum título, nem fez grandes contratações, embora tenha conseguido terminar entre os 10 primeiros em todos os anos após seu retorno.
Nesse tempo entrei na faculdade e encontrei a Carla, que além de gostar de futebol - e ajudar com que eu me sentisse menos estranha por gostar tanto de futebol - ainda era palmeirense.
Em 2007 descobri que a Su também torcia pelo meu time e nós inclusive fomos ver um jogo deles contra o Atlético, aqui na Baixada. Nesse mesmo ano a Vanessa também resolveu assumir que torcia pelo Palmeiras.
Devo admitir que torcer por ele esse ano está sendo mais fácil. Fácil no sentido de não ter que explicar aos outros torcedores chatos, a cada derrota, porque meu time está ruim. Hoje estamos em segundo lugar no Brasileiro, com grandes chances de título. Sem contar na quebra do jejum de oito anos, com a conquista do Paulista.
Mas eu nunca deixei de torcer, por mais difícil que parecesse. Só não acho mais tão legal ficar discutindo com todo mundo o jogo, no dia seguinte. Assisto, me revolto caso joguem mal, comento com meus irmãos, ou com quem estiver no msn e segunda é outro dia, o jogo já foi e eu já esgotei minha cota de paciência para comentar sobre qualquer resultado. Descobri que me irrito com algumas pessoas que vêm querer relembrar cada lance e dizer como foi lindo o gol de algum jogador do Palmeiras. Eu torço, e da mesma forma que sempre torci, mas não vejo necessidade de exaltar isso. Só eu sei o quanto sou palmeirense, mesmo que joguem na minha cara que eu não tenho a camisa oficial do meu time. Ora, então um mendigo que usa uma camisa do Flamengo apenas para se aquecer é mais torcedor do que aquele que acompanha os jogos seja no estádio ou em casa, mas não tem dinheiro para comprar a camisa do seu time?
Eu não preciso de uma camisa oficial para provar a alguém que sou torcedora. Não preciso sair por aí a cada vitória exibindo o time para o qual torço. Acho legal esse povo que usa camisa do seu time tanto nas vitórias quanto nas derrotas, mas achar que isso é o determinante para provar quem torce mais é ignorância.
Eu vou aos jogos, vejo pela tv ou procuro transmissões nas rádios, pela internet. Acompanho cada contratação que o time faz, cada passo dado pelos dirigentes, mas não tenho uma camisa do Palmeiras.
Se isso me faz ser menos torcedora, whatever. Fato é que agora, só de birra, eu NUNCA vou comprar uma camisa do Palmeiras. Virou questão de honra.
Um comentário:
Credo, Fran, não prometa algo assim na hora da raiva. Olha, eu tb nunca tive uma camisa oficial do palmeiras. No máximo, meu pai me comprou uma camiseta na MR Malharia (tinha isso em Londrina tb?) com o mascote, o papagaio, quando eu tinha 9 anos. Acabei nunca comprando a camisa pq é cara. Mas ela é LINDA, é o símbolo do nosso time amada e, assim, que eu tiver uma graninha extra (difícil isso...) eu compro. E, vc tb tiver vontade comprar, compre, oras! Não precisa explicar para ninguém pq comprou ou deixou de comprar.
Bem, é o que eu penso.
Bjs!
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