quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sobre um dos seres mais encantadores que já conheci



"Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos"



Perdemos mais uma luta contra os terríveis carrapatos hoje. Depois de terem levado o Lampard, em 2005, hoje eles levaram meu xodó, a Raika.

Uma cadela de quatro anos que desde o dia em que chegou na nossa casa, em 2011, só soube nos dar todo o amor que ela tinha, daquele jeitão desengonçado que só uma mistura de Labrador com São Bernardo poderia resultar.

Ao longo desses quatro anos em que ela viveu, convivi menos com ela do que gostaria. Até um ano atrás, mais ou menos, eu tinha muito receio de qualquer cachorro, mesmo os menores, com medo de ser mordida. O medo passou quando o Nino chegou aqui em casa, mas ainda assim a Raika, com todo o seu tamanho, ainda me deixava receosa, porque seu amor por nós era tão grande que ela não tinha a menor ideia de que um "abraço" dela era capaz de derrubar qualquer um.

Eu sei que amei essa bonita do meu jeito, dando carinho e atenção da forma que eu conseguia, querendo ter mais mãos pra acariciar ela e o Luti ao mesmo tempo, já que atenção só para um deles significava reclamação do outro. E ela se esforçou pelo meu amor. Quando eu ia vê-los no canil, não havia um dia em que ela não se jogava nas grades pra receber carinho. Não houve um dia em que ela não reclamou por eu estar brincando só com o Luti. Não houve um dia em que ela não choramingou quando parei de dar carinho e entrar em casa.

Na verdade houve. Há alguns dias, ela começou a ficar meio mal, não comia e estava bem fraca. No último dia dela aqui em casa, fui até o canil ver como ela estava. E, ao me ver, ao contrário do que acontecia, ela não se moveu. Ficou paradinha em sua casa, apenas observando. Fui brincar com o Luti, que nesse momento já estava desesperado querendo carinho, e ela inerte. Já estava fraquinha, com uma anemia profunda, poupando energia para essa luta silenciosa, que às vezes a gente só vai perceber depois que já é tarde.

A última vez que a encontrei viva foi no domingo, quando fomos visitá-la na clínica onde foi internada. Estava bem debilitada, não tinha vontade alguma de comer, mas ao nos ver abanou seu rabinho, reconhecendo a família que tanto a amava. Foi difícil vê-la daquele jeito. Minha gorda bonita, cheia de saúde, com o pelo brilhante já não era mais a mesma. Acariciei a Raika como se fosse a última vez, já temendo pelo pior. E o pior veio hoje, depois de uma ameaça de recuperação. Enquanto mantínhamos a esperança de tê-la de volta antes do fim de semana, ela ia perdendo sua luta contra a doença do carrapato. 

Ontem fui assistir ao filme O Pequeno Príncipe. É incrível como a história faz sentido quando temos uma situação parecida em nossa vida. A Raika era maravilhosa, eu sempre tive paixão por essa menina. E mesmo partindo hoje, ela sempre vai estar presente no meu coração. Ter visto o filme ontem me fez pensar, hoje, em como uma das frases mais famosas do livro faz sentido. Soube da sua morte por volta das 9h30 e resisti bravamente a um dia de trabalho tentando fugir desse entendimento, pois cada vez que eu concordava com a raposa: "Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos", eu queria chorar.

Ao chegar em casa, acompanhei seu enterro, me despedindo de um ser que me cativou e me ensinou um pouco sobre o amor incondicional. Não teremos mais a Raika correndo desengonçadamente pelo gramado, latindo sempre que alguém chegava tarde em casa, comendo laranjas e brincando com o Luti, querendo toda a atenção só pra ela. Mas todas as lembranças dela desses quatro anos vão ficar guardados em um cantinho especial na minha mente pelo resto da vida. 


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ditados

"Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela".

E com perdas e ganhos, vou vivendo minha vida sem porta, mas com uma janela bem maior e mais bonita.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Wake me up when october ends

'Cause I just can't take these tears anymore.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

São Marcos Eterno

Marcos é um desses raros jogadores de futebol que realmente sabem o que é ter amor à camisa que vestem. Esteve com o Palmeiras nas mais diversas situações: Conquista da Libertadores, derrota para o Manchester United no Mundial, rebaixamento para a Série B do Brasileiro e seu retorno à Série A já no ano seguinte.

Também nunca quis ser perfeito. Xingava o time quando precisava, fazia brincadeiras, elogiava quando era o momento. No entanto, sempre chamou a responsabilidade para si, não à toa sendo capitão do time em inúmeros jogos.

Rejeitou proposta do Arsenal, na época em que a equipe era a melhor da Inglaterra. Isso logo após ter conquistado uma Copa do Mundo com muito mérito.

Mas mais do que tudo, ao longo de todos esses anos em que São Marcos esteve responsável por fechar o gol do Palmeiras, pude conhecer um dos caras mais humildes desse mundo.

Podem procurar os arquivos que forem, jamais verão esse cara um dia na vida não demonstrar essa característica. Humilde, simples, com histórias engraçadas pra contar e gostosas de ouvir.
Hoje esse goleiro incrível se aposenta para se tornar um dos grandes ídolos não apenas do Palmeiras, mas do Brasil.

Dificilmente veremos outro jogador de futebol conquistar torcedores rivais. Afinal, quantos corintianos não declararam ao longo desses anos que admiravam o Marcos?

E isso basta para provar que não apenas um grande goleiro se aposenta, mas um grande ser humano sai dos holofotes para ter seu merecido descanso.

Você vai fazer falta São Marcos, mas tenho a certeza de que tudo o que fez pelo Palmeiras e sua torcida será lembrado por décadas.

E é com lágrimas nos olhos que eu o agradeço!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Te pondré algunas velas para preguntarle a Dios cuando regresas

Ao longo de tantos anos eu aprendi a sofrer pelo fim de um relacionamento de forma que não doesse tanto, eu não chorasse tanto e logo o ferimento cicatrizasse. Não foi fácil e eu precisei de algumas tentativas para finalmente conseguir superar o fim o mais rápido possível e sem muitos traumas, passando a seguir a vida normalmente.

Também aprendi na prática a superar um sentimento não correspondido. Quando você gosta muito de alguém mas nem ao menos tem uma chance com a pessoa. Dói menos, porque vocês não têm história alguma, envolvimento físico algum, muito menos sentimental - da parte dele, óbvio. Não que seja mais fácil, ainda mais para quem, como eu, tem dificuldades em desistir de algo antes que tudo possa ser feito. Nesses casos, geralmente você desiste naturalmente, por encontrar outra pessoa que faça o sentimento por aquela deixar de existir. A dor, no caso, é mesmo durante o processo de gostar daquele alguém e ele não querer algo com você.

Mas o que eu não tinha aprendido ainda, e ninguém me ensinou, é a aliviar a dor quando você está bem com uma pessoa (na medida do possível) e a distância tira essa pessoa de você.

Quando estive nos Estados Unidos, passei por algo parecido a isso. Diversos amigos que eu passei a amar e ter na minha vida diariamente, em quatro meses, ficaram para trás e tantos outros voltaram para o Brasil, mas para cidades ou estados diferentes e desde então nunca mais os vi. Doeu pra caramba deixá-los em Phoenix ou me despedir quando eles vieram para o Brasil, mas era algo que eu já sabia que aconteceria, afinal a viagem tinha data para terminar. Chorei litros, mas não se compara ao que passo agora.

A dor de ver uma pessoa que você gosta não só como amigo, mas também como homem, ir embora é o pior sentimento desses três. Porque você não teve desentendimento algum com ele para que o que quer que existisse chegasse ao fim e ele te correspondia de alguma forma. Você teve momentos felizes enquanto estava com a pessoa e essa pessoa era uma das coisas que faziam você sorrir todos os dias. É difícil saber que você tem grandes chances de nunca mais vê-la, porque você jamais se preparou de verdade para essa situação. E mais que isso, você perde um dos amigos que mais gosta na vida, que mais faz você se divertir.

Como esquecer alguém com quem você tem tantas boas lembranças, em meio a algumas não tão boas assim? Como esquecer alguém que em quase um ano conseguiu um espaço na sua vida que você jamais imaginou?

Eu não me condeno por chorar a cada 10 minutos por lembrar do que está por vir. Não tenho vergonha por admitir que sinto por ele muito mais do que imaginei.

Acredito que vou sofrer mais do que sofri por qualquer outra pessoa e que o dia em que vou superar sua ausência está longe de chegar. Por mais que eu preencha minha vida com coisas diferentes e que ocupem grande parte do meu tempo, em qualquer momento do dia qualquer coisa vai me fazer lembrá-lo e de algo que vivemos juntos. Nem que seja uma notícia de que o time dele ganhou um jogo ou uma música do gênero musical que ele goste tocando em algum lugar.

*~*~*~*

Texto escrito há algumas semanas. E agora que o momento chegou e ele partiu, eu sei que o desespero maior não é pela saudade que vou sentir, porque pra distância dá-se um jeito. Não, o que me deixa angustiada é imaginar que provavelmente as coisas não voltarão a ser como antes, se um dia ele voltar. Ou então que eu posso esperar por uma data para visitá-lo e ele não sentir mais nada por mim. É isso que mais me faz chorar, embora não tê-lo por perto faz meu peito ficar apertado e eu me esforce ao máximo para conter as lágrimas que insistem em cair a qualquer hora do dia.

domingo, 5 de junho de 2011

Nothing lasts forever

Eu passei o dia todo com esse blog aberto, mas nada que eu escreva aqui vai conseguir expressar a dor que sinto neste momento, ao mesmo tempo em que tento me convencer de que assim é a vida e pessoas entram e saem dela com mais frequência do que estamos preparados para aguentar.

Em breve um post profundo e do fundo do coração, como todos os posts inspirados pela dor e pela tristeza.

Algo que eu sempre evitei colocar neste blog, mas que por algum motivo eu insisto em querer dividir com o mundo.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O eterno jogo do amor

Sabe, eu acho engraçado como sempre falamos sobre as regras do amor, para depois contestarmos, dizendo que essas fórmulas prontas não são regras, aliás, há diversas exceções. O amor é um assunto cheio de círculos viciosos. Tem essas regras que são exceções e voltam a ser regras, para depois voltarem a ser exceções e isso nunca acaba.

Aí tem aquilo de você querer um cara que não te quer, enquanto esse cara quer uma guria que não o quer. E essa guria pode até ter um namorado, mas há boas chances dela amá-lo mais do que ele a ama e ele com certeza, não necessariamente enquanto está com ela, vai querer uma guria que quer outro cara e isso vai se tornando uma enorme bola de neve.

Caindo novamente nas regras e exceções, isso não quer dizer que não é possível existir o amor mútuo. Aliás, sou uma entusiasta em se tratando do amor correspondido e graças aos exemplos que tenho na minha família, sei que isso pode sim existir e não é tão raro quanto imaginamos. Mas até você achar a pessoa certa, vai passar diversas vezes pelo papel de quem corre atrás ou corre da pessoa.

Falando ainda sobre o amor, esses dias vi em algum lugar que os relacionamentos modernos, baseados na independência das partes que formam o casal e nos casamentos que duram pouco, estão ficando cada vez mais comuns.

Isso assusta um pouco, porque você começa a se perguntar se um dia vai achar alguém com quem vai conseguir passar mais do que alguns anos casada. Ainda mais partindo do princípio que eu enjoo mais rápido que o normal dos relacionamentos e não sei até quando consigo dividir a vida com alguém. Mas aí volta de novo aquela história de que eu realmente acredito no amor e sei que no dia em que eu encontrar a pessoa certa, essas dúvidas não existirão e eu vou ter a certeza de que conseguirei passar o resto da vida com a pessoa.

Quando dizem frases do tipo "vamos beber porque amar está difícil", tem gente que acha exagero ou pensa que é brincadeira. Não que beber seja a melhor ideia, mas ultimamente amar está realmente difícil.